sábado, 7 de janeiro de 2017

GUTERRES - PAZ e o ACTO DE BENZER - 2017


       ANO "2017" -BREVE INFORME: SEI QUE NÃO FUI REGULAR NOS ESCRITOS - ACTIVIDADES INADIÁVEIS - VAI CONTINUAR O MESMO PELO MESMO MOTIVO - MAS CONTINUAREI A ESCREVER SEMPRE QUE POSSA.  
 
 
                  Dia 1 de Janeiro - Tomada de posse do Sr. Eng. António Guterres como Secretário Geral das ONU. Significativos foram dois actos e que merecem breves comentários - o seu apelo e dedicação pela PAZ e o sinal de cruz na sua  da 1ª entrada nas instalações da instituição.
                 Começamos pelo segundo. António Guterres, enquanto pessoa, crente, cidadão e Secretário-Geral tem o direito inalienável de exercer o seu culto onde quer que seja. Sucede porém que as instalações das Nações Unidas não sendo uma sede de oração é todavia o areópago de Nações, onde culturas, ideologias e religiões  se cruzam transversalmente. Neste aspecto a ONU e a sua acção assumem um caracter universalista, assente numa ética social mundial, que podendo coincidir com a ética religiosa de uma dada religião, não é exclusiva desta mas poderá certamente dizer respeito às éticas de todas as religiões do mundo. Históricamente falando - com particular incidência nos acontecimentos que marcam o mundo contemporâneo - é em nome de religião e por vezes de antagonismos entre religiões que  tem se tem vindo a praticar actos que traduzem o velho brocardo anti-civilizacional e deshumano  de "homo homini lupus". O problema não reside pois na religião mas na adopção de um "behaviour" que vá de encontro à salvaguarda da dignidade e solidariedade humanas - valores perenes em que afinal é suposto qualquer religião assentar. É mesmo temerário relacionar a ONU com uma dada religião ou erigi-la  como palco para uma manifestação do género venha de onde vier.  Por isso, entendo que, o acto de benzer formuladado pelo seu actual Secretário Geral é no mínimo despropositado.
                 É de elogiar a promessa e o compromisso do Sr. Secretário - Geral na sua pugna pela PAZ. Mas é isto que já há muito tem constituído a preocupação dos povos do mundo inteiro. A afirmação não constitui pois qualquer novidade; o que importa é a sua realização no terreno. Partindo do princípio de que não se trata de afirmação de mera circunstância, tantas e tantas vezes proferida, era de esperar que fossem indicadas pelo menos genericamente as vias para a concretização deste objectivo da humanidade. Ora estas vias é que ninguém sabe nem conhece. E não é preciso ser muito erudito para que se entenda que para começar é básico pôr termo ao prospecto de beligerência ou dito de forma mais simples, tentar pôr termo à permanente ameaça de guerra e de guerras em curso. Paz tem muitos sentidos, entre os quais - a paz armada, a pax romana, ou paz pela exportação de guerra -; mas antes e acima de tudo  paz, no presente momento que o mundo atravessa é e tem de ser simplesmente sinónimo de ausência de guerra. São bem conhecidas, por sua vez, as diversas facetas que a problemática da guerra comporta - desde interesses económicos, passando pela ambição dos militarismos até indústria da guerra. Mas não é isto que está ora em consideração. Estará o Sr. Secretário Geral da ONU disposto a declarar expressamente a condenação de guerra, venha ela donde vier? Sem esta garantia temo que os propósitos de paz, por mais devotos e sinceros, pode não passar de uma mera intenção de bons propósitos, à semelhança das afirmações e promessas políticas, belas ao serem proferidas, mas ocas de conteúdo prático. E até aqui estamos conversados.                  

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